sábado, 28 de abril de 2012

FRIENDS


Friends, outra sitcom de grande sucesso, teve dez temporadas. Como é sabido retrata o quotidiano de um grupo de amigos: os irmãos Mónica e Ross (interpretados pelo David Schwimmer e pela Courtney Cox), o Chandler (interpretado pelo Matthew Perry),a Rachel (interpretada pela Jennifer Anniston), a Phoebe (interpretada pela Lisa Kudrow) e o Joey (interpretado pelo Matt LeBlanc).
Cada amigo tem a sua particularidade. Chandler é o sarcástico do grupo, a Phoebe é a distraída que canta Smelly Cat, o Joey é o estereótipo do actor burrinho, a Monica é obsessiva-compulsiva, muito competitiva e muitas vezes a voz da razão no grupo. A Rachel é a menina bonita, enquanto que o Ross é o geek, e eternamente apaixonado pela Rachel.
Sempre tive três personagens preferidas: o Chandler, a Phoebe e o Ross. E não me façam escolher “a preferida”, já tentei e não consegui. Esta deve ser a quinta vez que vejo Friends, e não envelhece. Há sempre pequenos detalhes que se vão relembrando. É bom ver que ainda me diverte tanto quanto a primeira que vez que vi, quer dizer, segunda vez. Isto porque a primeira vez que tentei ver Friends, alguém na RTP teve a infeliz ideia de dobrar a série ainda que em Português de Portugal, e com vozes de actores conhecidos. Mas não correu bem. Não me lembro exactamente do ano, mas penso que foi por volta de 1998. Uns anitos mais tarde passou na RTP2, e actualmente está em reposição na Sony Entertainment.
Por aqui também passaram alguns convidados especiais: Hugh Laurie, a Reese Witherspoon, o Brad Pitt, o Hank Azaria (também), o Tom Selleck, a Julia Roberts e até o Chris Isaak.
Como disse ambos os programas envelheceram bem, as piadas ainda nos fazem rir e divertem-nos. Programas que nos oferecem sorrisos e nos deixam bem dispostos. E é isto que se quer. Sei que o que escrevi não faz justiça ao quanto eu gosto destas séries, mas acreditem que tem sido uma óptima companhia.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Historia de Um Amigo Verdadeiro


Um amigo verdadeiro
Sempre que Rogério sai de casa, esquece-se de alguma coisa. Quando se lembra, já é tarde demais.
E o que é que Rogério faz? Absolutamente nada. Só pensa: “Ainda bem que tenho o João”.
O João é o seu melhor amigo, um amigo a sério, um amigo com quem se pode contar.
O Rogério sabe muito bem o que é um amigo com quem se pode contar. Sempre que ele se esquece de alguma coisa, é o João que o livra de apuros.
O Rogério vai para a escola sem sapatilhas.
— Logo vi que ias esquecer-te! — diz o João, tirando um par de meias grossas do saco de ginástica, que entrega ao Rogério.
O Rogério chega ao parque sem bola.
— Logo vi que ias esquecer-te!
O João tem escondida atrás das costas a sua própria bola, que lhe estende.
O Rogério vai com o João à feira popular e não leva dinheiro na carteira.
— Logo vi que ias esquecer-te! — E como não se pode andar no carrocel sem pagar, o João tira uma moeda do bolso.
E é assim dia após dia: o Rogério esquece-se sempre de alguma coisa, o João, nunca… ou será que não?
Não. O João esquece-se sempre dos lápis de cera. Não adianta esforçar-se por fazer a pasta a tempo e horas. Quando chega a aula de desenho, o João não tem os lápis de cera na pasta.
O Rogério sabe que o João se esquece sempre deles, e por isso ele, Rogério, pode esquecer-se de tudo o que há no mundo, só não se esquece dos lápis de cera.
Estão na aula de desenho. O Rogério tira os seus lápis da pasta e põe-nos em cima da carteira. O João volta a ficar corado de vergonha porque deixou os lápis em casa, no quarto.
Então, o Rogério sorri e tira da pasta outra caixinha de lápis de cera, que pousa em cima da carteira do João.
— Logo vi que ias esquecer-te! — diz ele a sorrir.
Lene Mayer-Skumanz (org.)
Hoffentlich bald
Wien, Herder Verlag, 1986
tradução e adaptação